Entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro, a cidade de Glasgow, na Escócia, receberá a 26ª edição da Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, ou COP26. Organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) anualmente desde 1995, o encontro reúne os mais importantes líderes mundiais para debates sobre medidas efetivas de combate ao aquecimento global e a diminuição dos índices de poluição em todo o mundo.
Em 2021, Glasgow receberá mais de cinquenta encontros que abordarão finanças, meio ambiente, juventude, transportes, dentre outros assuntos, com todos eles voltados para a busca da prosperidade mundial, respeitando a soberania das nações e o meio ambiente.
Neste ano, o grande objetivo do encontro é o comprometimento e o início de ações efetivas das nações envolvidas no encontro para redução drástica das emissões de gases poluentes até 2030, conforme foi assinado no Acordo de Paris, onde os países signatários se comprometeram a manter o aumento da temperatura global em, no máximo, 1,5°C. Apesar de parecer pouco, um aumento acima desse limite traria consequências catastróficas para todo o mundo.
Se a meta não for cumprida, o que pode acontecer?
A meta de 1,5°C estipulada no Acordo de Paris foi submetida a quase todas as grandes nações do planeta. Apesar de terem firmado o compromisso, as ações reais tomadas pelos países signatários foram suficientes para limitar o aquecimento global – se cumpridas – em 2,7°C. Há poucos meses, um parecer do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Globais (IPCC) revelou que a ação humana sobre o meio ambiente pode ser irreversível pelo fato de cinco anos após a assinatura do Acordo de Paris e a limitação do aquecimento global em 1,5°C, a temperatura global já subiu 1,07°C.
Mas uma fração de grau faz tanta diferença? Bom, de acordo com diversas pesquisas científicas ao redor do mundo, um simples aumento na temperatura média global faz muita diferença no clima como um todo. As simples alterações climáticas que vem ocorrendo no planeta já são suficientes para provocar inundações severas, como vistas na Alemanha, ondas de calor como no Canadá e Europa e secas drásticas no Brasil, causando uma das maiores crises hídricas da história do país.
Porém, a mesma ciência que aponta a responsabilidade por todas essas tragédias ambientais, afirma que limitar o aquecimento global na meta estipulada anteriormente pode salvar milhões de vidas e proteger a fauna e flora terrestre, dando uma chance de sobrevivência a todos.
Um bom exemplo é o regime de chuvas em todo o mundo. De acordo com o último relatório do IPCC, os chamados “eventos de chuva extrema” que, antes da revolução industrial ocorria uma vez a cada dez anos, aumentaram sua frequência em 30%. Mesmo limitando o aumento da temperatura global em 1,5°C, esses eventos aumentam em 50%. Porém, se nada for feito e as previsões do IPCC se confirmarem, um aumento de 2°C na temperatura global aumentaria a frequência dessas chuvas em 70%, sendo 14% mais graves do que antes.
Os números podem parecer pequenos, mas o custo para a humanidade é muito alto. As consequências para as previsões do IPCC são drásticas, como fome, secas e falta de moradia. Para evitar um cenário completamente caótico, a hora de agir é agora. Nosso planeta não pode esperar mais cinquenta, cem anos para que alguma atitude seja tomada.
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