Por André Moreira
Um pouco do Contexto
Em confronto armado há, aproximadamente, dez meses, Rússia e Ucrânia parecem não sinalizar um ponto final no confronto. As causas do confronto não possuem nenhuma relação com o meio ambiente ou o desenvolvimento sustentável. O conflito armado deu-se como uma resposta russa aos países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após a Ucrânia manifestar real interesse em ingressar o bloco.
A possível entrada da Ucrânia na organização militar daria aos norte-americanos e a outros países-membros a oportunidade de posicionarem exércitos próximos ao território governado por Vladmir Putin.
Devido ao confronto armado, temos observado uma delicada situação energética em todo território europeu. Maior fornecedor de gás natural da Europa, a Rússia sofreu algumas sanções econômicas por parte da União Europeia e Organização das Nações Unidas. Em contrapartida, Vladmir Putin diminuiu o fornecimento de gás natural – principal fonte de combustível – em todo território, causando uma crise de energia em grande parte da Europa.
A Guerra e a Transição Energética Europeia
Historicamente, mais da metade do fornecimento de energia da Europa é importado de outros lugares do Planeta. O território tem como principal matriz energética os combustíveis fósseis, como petróleo e o gás natural, e a energia nuclear. As fontes de energia renováveis representam pouco mais de 15%.
Porém, a corrida desesperada para suprir a ausência do gás natural russo acelerou os planos europeus para a substituição das matrizes energéticas poluidoras para a fontes de energia renováveis. Essa aceleração deve-se ao fato de que a guerra escancarou para todo o Mundo a dependência europeia do fornecimento de gás natural russo.
Segundo especialistas, o impacto da guerra no processo de adequação energética e, consequentemente, o alcance da meta de zerar as emissões de carbono até 2050, dependem, principalmente, no período de duração do conflito.
Caso o confronto seja curto demais, o impacto não será suficiente para uma mudança real nas fontes de geração de energia. O mesmo acontece com um conflito muito longo. Caso a guerra se estenda demais, a possibilidade de outras nações entrarem no conflito aumenta e o mundo se voltará para as fontes fósseis e adeus meta 2050.
A aceleração da transição energética acontece caso o conflito dure poucos anos. Neste cenário, o esgotamento das reservas de gás natural durante o inverno europeu pode acelerar a construção de plantas de energias renováveis, como a eólica e a solar.
Conclusão
Seja qual for o resultado desta guerra, a transição energética será inevitável. Mas, o atual cenário dentro da Europa favorece uma mudança que enfraqueceria a nação russa, pois os países dependeriam menos de suas fontes de energia. Além disso, uma mudança radical e uma menor dependência desacelerariam os conflitos e encurtariam o período de guerra que já ceifou diversas vidas.
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