A descarbonização da indústria é, por base, a redução da quantidade de Dióxido de Carbono (CO2) da atmosfera que são emitidos pelas indústrias em todo o mundo. Para especialistas, a descarbonização passa pela eletrificação dos ativos e pelo uso de fontes renováveis de energia.

Por André Moreira

O caminho pode não ter mais volta

A matriz energética mundial está em constante mudança, saindo do uso massivo de combustíveis fósseis para fontes renováveis e limpas de energia. A mudança dessa matriz energética acontece em um momento no qual os indicadores climáticos apontam para um cenário apocalíptico caso as metas estabelecidas não sejam cumpridas.

Dentro desse cenário, está o cumprimento do Acordo de Paris, onde as nações signatárias se comprometeram em reduzir os danos causados ao meio ambiente e, além disso, que a temperatura média global aumente 1,5°C, no máximo. Mas, o que vem acontecendo é completamente diferente. As metas climáticas estabelecidas não vêm sendo cumpridas, o que torna ainda mais urgentes medidas para a descarbonização da indústria.

Dentre as mais diversas decisões que podem ser tomadas tanto por governos, quanto por empresas privadas, estão a troca das matrizes energéticas, como já vem ocorrendo, e o reaproveitamento de recursos.

Mas, afinal, o que é a descarbonização da indústria?

A descarbonização da indústria é, por base, a redução da quantidade de Dióxido de Carbono (CO2) da atmosfera. Hoje, o CO2 é o principal gás causador do efeito estufa no mundo. Portanto, sua redução tem impacto direto no aquecimento global.

O Gás Carbônico é produzido como produto do simples ato de respirarmos. Mas, a produção nociva ao planeta Terra que estamos falando neste artigo é a do CO2 como principal produto da queima de combustíveis fósseis. A concentração do CO2 produzido dessa forma leva cerca de 150 anos para desaparecer da atmosfera terrestre. Ou seja, o acúmulo exponencial pode se agravar ainda mais caso não tomemos nenhuma atitude mais drástica.

Apesar de grandes players dos mais diversos segmentos de mercados terem entendido e que há uma clara necessidade de se tornarem neutros em carbono até 2050, a visão em um futuro imediato não é tão clara. Muitas empresas ainda lutam para entender os impactos imediatos que a falta de ações mais claras gera e como isso pode afetar o mercado, a sociedade e suas empresas.

Por exemplo, segundo o relatório Delloite Decarbonization Report, na mineração, a descarbonização passa pela eletrificação dos ativos e pelo uso de fontes renováveis de energia. De acordo com o relatório, diversas mineradoras estão desenhando suas estratégias para descarbonização das plantas baseadas em denominadores comuns e gerais, e aplicando em suas operações em todo planeta.

Ainda segundo o relatório da Deloitte, uma das considerações práticas para solucionar os problemas com altos índices de emissão de carbono, faz-se necessário uma mudança de pensamento dos envolvidos na cadeia produtiva. Um exemplo disso é a parceria entre fornecedores e clientes que possuem a mesma linha de pensamento. Isso facilitaria muito o entendimento de todos a respeito da importância da descarbonização das plantas de exploração mineral.

Principais benefícios da descarbonização

Falar em descarbonização da indústria exige paciência para esperar mudanças em mercados que se mantêm inalterados desde suas origens. Mas, mesmo que possa se tornar um processo moroso, iniciar o processo apenas trará benefícios para a empresa.

A descarbonização traz benefícios como:

. Melhora a imagem da empresa perante seus stakeholders, principalmente por entrar em acordo com os princípios ESG.

. Aumenta a segurança operacional para os colaboradores.

. Reduz o custo operacional, uma vez que a reutilização de recursos e o uso de fontes limpas de energia serão uma realidade.

A descarbonização na indústria pode começar dentro da sua empresa

Olhando para o nosso ambiente industrial aqui no Brasil, de acordo com o último relatório do Observatório do Clima, apenas em 2021, o Brasil despejou no meio ambiente cerca de 2,4 bilhões de toneladas brutas de gases do efeito estufa. Esse número assusta devido ao fato do Brasil, de acordo com o relatório, ter ido na contramão do resto do Planeta. Porém, a mudança pode começar dentro da sua própria empresa. Confira abaixo o que pode ser feito.

Investimento na Economia Circular

A economia circular é um conceito que associa o desenvolvimento econômico a um uso melhor e mais consciente dos recursos naturais. Isso se dá através de modelos de negócios atuais e da otimização dos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, dando prioridade a insumos mais duráveis, renováveis e recicláveis.

O modelo de Economia Circular é baseado na reformulação da forma de desenhar, produzir e comercializar produtos, visando garantir o uso e a recuperação inteligente dos recursos naturais. É um modelo que trata do aperfeiçoamento do sistema econômico atual, com o objetivo de propor um novo relacionamento com os recursos naturais e sua utilização.

Substituição de combustíveis fósseis por biocombustível

Basicamente, os biocombustíveis são derivados da biomassa, ou seja, são provenientes de matéria orgânica. Ela pode ser tanto de origem animal (gordura ou excrementos), quanto de origem vegetal (milho, cana-de-açúcar, casca de cereais). Eles podem ser aplicados no lugar dos combustíveis fósseis na geração de energia elétrica ou em veículos.

Uso de fontes de energia renováveis

Se o objetivo da sua empresa for de praticamente zerar a liberação de CO2 na geração de energia, uma ótima aposta é o uso de fontes de energia limpas e renováveis. Atualmente, tecnologias de geração de energia solar são de mais fácil acesso do que há 20 anos atrás.

Para demandas de iluminação, o uso de Torres de Iluminação Solar pode facilitar muito a vida dos operadores de campo e ainda ajudar o meio ambiente, fornecendo iluminação de qualidade e de forma segura para todos e para o meio ambiente.

No final, todos têm a ganhar

A descarbonização da industrial não só brasileira, mas mundial, é um processo que acontecerá de forma mais intensa nos próximos anos devido às obrigatoriedades no cumprimento das metas climáticas.

Cabe a cada uma das empresas e governos envolvidos se preparar para esse cenário pois, se hoje práticas ESG ainda podem ser consideradas um “luxo”, elas serão obrigatórias em um futuro muito breve.